quarta-feira, 3 de abril de 2013

De onde termina um rio - BEDA #3

       Então, há poucos meses, uma livraria perto de casa avisou que ia fechar. na última semana, ela vendeu todos os livros do estoque pela metade do preço. Não era uma das melhores livrarias, nem tinha muitos lançamentos, mas eu passei pra dar uma olhada (livros baratos, quem resistiria?) Acabei saindo de l[a com 3 livros na primeira visita (cortesia de mamãe) e mais 5 na segunda visita (obrigada, papai), além de uns 2 pra minha irmã, que ela deu de presente pra umas amigas.

       Admito que alguns eu comprei simplesmente por causa do preço, embora tenha conseguido alguns que vinha procurando, como o ultimo volume da série A mediadora, da Meg Cabot (sim, sou dessas, às vezes) e dois volumes dos Mundos de Crestomanci, que eu tinha conhecido na bienal do livro retrasada.

     Sobre aqueles que comprei por causa do preço, foi simplesmente pq a sinopse, a capa ou o autor me interessaram superficialmente e o preço me deixou arriscar com livros que eu não tinha tanta certeza se gostaria (muitas vezes descubro pérolas assim), e um deles foi Onde termina o rio, de Charles Martin.


   
    O livro é sobre o último desejo de uma mulher em estado terminal: completar uma lista 10 de desejos simples em seus últimos dias de vida, o mais dificil deles sendo descer o Rio St Marys inteiro, desde a nascente, até o oceano Atlantico, numa canoa conduzida pelo seu marido, um pintor que havia sido guia de barcos no rio durante anos.
   Alternando entre a dificil jornada rio abaixo, a jornada que os levou até ali e a historia do rio que percorrem, o narrador em primeira pessoa (Doss, o marido) nos apresenta sua esposa cativante e indomável, sua mãe persistente e forte, e sua própria incapacidade de reconhecer seu talento e se enxergar da maneira que essas duas mulheres sempre o viram.

  Sei que pode parecer um tema recorrente entre os livros que eu leio, mas esse tipo de ficção tão próxima da realidade que poderia acontecer com qualquer um me prende de uma maneira especial. Eu posso sentir os cheiros do St Marys, os calos nas mãos de Doss, ouvir a respiração pesada e sentir o cansaço e o esforço de Abbie, tocar com as pontas dos dedos as águas cor de café do rio. 
  Eu pude ver com detalhes a pintura de Rosalia, os longos cabelos negros, o olhar suave, a pele enrugada, os ombros erguidos. Posso ver o rio como a mãe de Doss o vê, como a salvação de seu filho, e o presente que ela foi capaz de dar... 

   Posso descer o rio com eles,acompanhando suas dificuldades e testemunhando a jornada que os levou até ali... Sou uma terceira passageira naquela canoa.



Às vezes preciso de uns dias pra me recuperar de um livro.




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