terça-feira, 10 de maio de 2011

De dormir ou não dormir

É tarde, e eu devo acordar cedo amanhã.
Mas um ceerto trabalho da faculdade me chama, no entanto, cada vez que me proponho a faze-lo maus olhos se fecham e embaralham as letras e a concentração se esvai.
Se ao menos fosse um trabalho inútil de um professor qualquer, eu o terminaria de vez, mas o assunto é interessante e o professor competente...

Devo dormir, mas chove.
E o céu está de novo naquele tom de vermelho que só a madrugada e a chuva trazem,
e ele sabe que esse tom de vermelho me faz suspirar.
E chove, e eu adoro a sinfonia da chuva, e os cheiros da chuva no silencio da noite.

E a casa inteira dorme, mas tudo ao meu redor respira as gotas geladas de som.

Um homem caminha devagar na chuva, e eu não sei de onde ele vem nem pra onde vai, mas como eu queria ser como ele.

Andar entre as gotas pesadas, e leve, e rápidas e desprendidas de chuva que se despencam lá do alto só pelo gosto de cair e correr.

Mas a rua é longa e o homem passou.
E a noite passa.
E a chuva passa.

E eu não quero perder o som da chuva, e o cheiro da chuva, então eu fico.

Sem coragem de dormir, sem coragem de trabalhar, tentando morder o ar que se condensa ao meu redor, mas ele é amargo e azedo e doce e meu lábios não o compreendem...

Então eu escrevo.
Escrevo pra perdurar a chuva e prender o momento em algum lugar,
e pra me impedir de dormir,
sem ter totalmente que acordar.

Então eu me deixo afogar pelo céu vermelho,
e me vou com a chuva que se vai
e minha força se esvai....
... e o sono pede passagem...
..........e a chuva passou....................

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