Passeando pela Bienal do Livro, dei de cara com um esqueleto de plástico de cerca de um metro de altura, segurando o panfleto acima.
Os olhos arregalados e a boca num sorriso sarcástico, o esqueleto olhou pra mim e eu gamei.
Descobri mais tarde ser o Fred, o "garoto-propaganda" do livro Criaturas de Rochett Tavares, autor carioca que reside em Fortaleza.
O livro é uma coletânea de contos de horror fantástico e é uma produção independente do autor, que se reveza com sua mãe na divulgação do primeiro livro impresso, num stand específico pra produções independentes, num espaço da Bienal.
A mãe do autor, aliás, é uma figura à parte, e me deixou tirar várias fotos com meu novo paquerinha. Fred, aliás, é muito fotogênico, e dizem que suas fotos já estão bombando no Twitter.
Mas, esqueleto e livro à parte, o que me chamou a atenção foi o autor.
Um professor pediu pra fazermos um trabalho, perguntinhas básicas pra 3 pessoas trabalhando na bienal. uma dela acabou sendo o Rochett. Em meio à questões técnicas, o cara acabou demonstrando um conhecimento geral que me surpreendeu.
Discutimos de Maquiavel a Gaimann e Harry Potter (ou harry chato, segundo ele), mas o que realmente impressionou foi a relação dele com os leitores.
A satisfação dele ali era ver a reação do leitor, observar as expressões durante a leitura, fazer perguntas sobre o que imaginamos e como nos sentimos ao ler...
A compra é só uma consequência, ele disse.
Espero que essa relação continue mesmo depois q ele se incorporar a alguma editora por aí...
Queria ver mais autores em contato com seus leitores tão intimamente... Ai,querido Joaquim Maria Machado, como são poucos seus seguidores que prezam a nós, meros leitores.
De qualquer maneira, mesmo não ligando muito pro gênero, me deu vontade de ler Criaturas.
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