sexta-feira, 12 de novembro de 2010

De efemeridades

Engraçado como o tempo passa quando a gente não está olhando.

Ontem mesmo eu era uma criança,
e os olhos castanho escuros que me olhavam de volta no espelho eram sempre zombeteiros.
Estranho como escrever uma data ou a nossa idade pode ser surpreendente.

Faz anos que eu não ando de bicicleta.

E, ainda assim, eu me sinto a mesma menina metida a sabe-tudo de 10 anos de idade,
a mesma sonhadora, a mesma exagerada, a mesma insegura.
Sou ainda aquela a quem as pessoas gostam de contar os problemas
Ainda aquela que faz de tudo pra ajudar alguém...

Nunca deixei de ser a menina perfeccionista,
que morde os lábios se alguém faz algo errado, e quer abraçar o mundo

Ainda sou mandona, e irritadiça,
especialmente se acordo muito cedo

Ainda sou boba e dada a gargalhadas altas e exageradas,
ainda sou eu mesma
eu acho

Mas me dizem que eu cresci
e os anos me apertam.

Quem foi que falou que é preciso mudar?
Por acaso crescer é deixar de lado a essência do que a gente realmente é?
Sou eu mesma, aqui dentro.
Ainda a eu que se equilibra no meio fio,
ainda aquela que mergulha de cabeça nos livros,
ainda a viciada em palavra,
a metida a poeta, a brincalhona, a tímida, a atriz, a de bochechas grandes e sorriso brilhante

E posso fazer o que quiser,
posso ser quem quiser
Mas escolhi ser eu mesma
A mesma eu que sempre fui

uma vez me disseram que almas não envelhecem.

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